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segunda-feira, 19 de março de 2012

   
Os olhos de Hadrian fitaram Verônica após certificar-se que ela estava mesmo sozinha.Instintivamente o sangue lhe foi ao rosto, fazendo ter cor e calor, suas presas coçaram, mas ele as retraiu, seus longos cabelos negros exibiam uma beleza singular, o que demonstrava sua peculiaridade vaidosa.
   Trajava apenas uma camiseta branca, e uma calça de couro preta que terminava em o coturno de fivelas e placas de metal. Sua pele era clara, de um branco como a lua, uma bela moldura para seus olhos grandes que mais pareciam duas pedras azuis de safira. Sua aparência era delicada, quase feminina.
    Na boate o som de Bella Morte soava nas caixas, a música Fall No More, todos dançavam a batida da música, a farmácia presente no sangue de muitos fazia Hadrian ter certeza de que não seria lembrado. Poucos realmente o observavam, mas isso não importava, desde que Verônica havia entrado, não podia parar de prestar atenção naqueles longos cabelos castanhos, mesmo com toda bagunça, podia sentir o cheiro de sua pele, uma mistura adocicada de luxuria e ingenuidade, lembrava talco, lembrava sangue.
   Esgueirou-se entre os humanos que dançavam, como um felino que se esquiva de pilares repetidos foi ganhando território. Seus olhos fixaram em Verônica. Um vento gélido rompeu o calor de Verônica que sentiu uma brisa em sua nuca, por instinto, quis sair dali, não sabia por quê. Ficou inquieta, como uma lebre que não sabe o que fazer, como uma presa que pressente seus últimos momentos de vida.

    Jovens trajados com sobretudos, roupas de couro e máscaras, dançavam como num ritual macabro, balançando seus braços, fazendo movimentos hipnóticos completamente sem sincronia uns com os outros, obedecendo apenas o ritmo da música, faziam um cenário de multidão. As luzes coloridas refletiam e piscavam, fazendo com que tudo ficasse um pouco mais distorcido. O caminho de saída ficou difícil para Verônica que tentava a todo custo alcançar a saída, seja lá o que fosse que a perseguia, estava próximo, sentiu seus pelos se eriçarem novamente, da base da coluna até a nuca mas nada pode ver quando se virou, apenas jovens mergulhados em um êxtase insano.
   Acertou a porta com o corpo quando conseguiu vencer a multidão que a espremia, abriu a assim que saiu tirou uma mecha de cabelo que lhe escorria pela face.
O vento frio da rua entrou em contraste com o vapor quente que a cercava até poucos segundos atrás, sentiu muito frio, mas não se importou, o que lhe perseguia parecia ter desistido, ou a perdido, tentou buscar a chave do carro no bolso e enquanto caminhava em direção ao estacionamento pode ouvir passos atrás de si.

Hadril sentiu o sangue de Verônica pulsante, o que lhe causou uma excitação, sentiu o seu cheiro de medo, a sua submissão de uma forma luxuriosa, o pavor em seu cheiro era notável. Caminhou se esgueirando da multidão enquanto os jovens o ignoravam, como se fosse algo invisível. Saiu pela escada da esquerda e após dois lances de escada estava no segundo andar, na área vip, caminhou rumo à janela que dava para o estacionamento, o local aonde sua presa provavelmente tentava alcançar. Ainda não sabia o que ela fazia ali, porem foi embora quando seus instintos selvagens voltaram para ela. Da janela viu Verônica mexendo na bolsa e então saltou como um felino. Tocou o chão com maestria e nenhum som provocou. Enquanto caminhava lentamente, seus sapatos estalavam no chão a cada passo.

Verônica voltou-se para trás ao ouvir os passos com a chave já não mão, sem parar de caminhar vacilou quando sua respiração falhou ao ver o homem que a seguia.
Tentou caminhar mas rápido, o estranho homem saltou como um tigre, ela jurou ter visto garras e presas, o som que vinha dele era animalesco, clamava por sangue.
Verônica tentou abrir a porta do carro, mas já era tarde demais...


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Myself

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Deixe-me invadir a tua alma, e aos poucos como sombras me misturar em tua essência, elevar-te ao prazer e consumir os teus desejos com o fogo ardente da eternidade.