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Produtor Cultural e Audiovisual

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Olhe ao seu redor,a sua enorme construção.

Uma muralha que bem mesmo você sabe como construiu.

É divina, como conseguiu?Seu orgulho talvez tenha sido uma ferramenta indispensável.

Apenas um banco de madeira, uma árvore, e um lago, nada mais, tudo cercado

Uma muralha sem igual, o seu mundo, pequeno e primitivo, egocêntrico e simples.



Seus olhos vertem lágrimas, e pingam em um terror rubro por sobre as pedras do seu lar.

Seu corpo esta frio e sua mente vazia, porque chora?

O teu palácio de tristeza não é um lugar tão legal ?



Perguntas e mais perguntas....

Enquanto seu cabelo paira por sobre a realidade seus braços sangram

Sua mente esta girando, seus pensamentos se misturaram com suas ideias

Com suas verdades, vontades e nem mesmo você sabe o que é sua verdade agora.



Tudo mudou, e não há sombra de duvida que sua muralha é intransponível.

É um tremendo obstáculo para aqueles que olham de longe,

Tão poderosa que bastasse uma palavra, e ela viria ao chão.



A mente humana titubeia, somos fortes quando não temos o que enfrentar, por isso foi mais fácil assim não é?



Minha pele esta ficando pálida, meus braços estão dormentes

Meu coração esta acelerado e até agora eu não entendo porque não consigo me levantar.

Procuro abrigo nos meus pensamentos e sinto que a cada segundo eu deixo esse lugar

Estou mais longe, longe o suficiente para sentir o cheiro da poeira se misturando ao meu sangue


Concreto e sangue, nossas realidades se esvaem simultâneamente


O meu sangue, e o seu orgulho,pena que não existe mais vida....

terça-feira, 23 de novembro de 2010


As nuvens estavam rasgando o céu, como se fossem algodão a se desfazer, o vento forte arremessava o cabelo rodopiante para trás enquanto seu corpo esguio caminhava lentamente para frente, seus olhos estavam fechados, mas seus passos eram seguros ao mesmo tempo que cautelosos.

Seu sobretudo rubro pairava na mesma velocidade que seu cabelo, correias de couro prendiam varias partes dele rente ao corpo daquela estranha criatura que parecia não sentir frio.

Sua pele era branca como a neve e seus traços delicados como os de uma mulher.

Uma passo na frente do outro ele caminhou, até chegar a cidade.

Seu faro não o enganava, lá atrás, ele podia sentir o cheiro do sexo e do sangue frenético.

Um casal se divertia de forma nada comum em um dos becos imundos daquela maldita cidade fria.

Suas pupilas dilataram enquanto os seus caninos cresceram,

Seus passos deram lugar ao vazio e nada no seu corpo se movia alem do seu coração que ansiava pelo momento.


Aquele beco dava acesso ao uma antiga quadra de basquete, mas a violência impedia os moradores de vagarem por ali aquela hora, o que fez um palco perfeito para um casal excitado e alimentado pelo álcool e pela paixão.


A criatura esgueirou-se pelas sombras dos postes como um gato,seus olhos cerram e seus caninos clamaram para perfurar aquela carne banhada de êxtase.Suas pequenas garras arranharam lentamente o poste como se ele a afiasse.Apenas metade do seu rosto podia ser visto, mas o casal estava ocupado demais para notar.

O homem não teve reação, as garras da criatura afundaram na sua garganta deixando completamente sem ar.A adrenalina no sangue clamava por oxigénio e a agonia nos seus olhos era tão visível quando o desespero da sua amada que fora arrancada dos seus braços com violência.A criatura o arremessou pelo menos 10 metros a frente, tudo que fez foi golfar sangue quando suas costas atingiram a parede e posteriormente os joelhos o chão.

Sem força e sem consciência seus corpo não pode manter-se em pé.


A vadia não conseguiu gritar, quando começou a entender o que se passava a criatura a puxou pelos cabelos com força inclinando sua cabeça para trás.Sua veia pulsava de medo, o seu sangue estava doce e quente como nunca, "excitação com requinte de medo,fascinante" pensou antes de enterrar suas presas com vontade naquele pescoço branco sujo com perfume barato.

Seus caninos fizeram um excelente papel,após perfurar a carne macia daquele mar branco o sangue jorrou em sua boca , descendo por sua garganta como um mel quente.

Seu verdadeiro eu pairou pelo universo em poucos segundos, os gritos de dor da vadia deram lugar a gemidos de orgasmos e enquanto drenava com força deixava pequenas gotas escorrerem por entre seus lábios.Elas desceram lentamente cobrindo os lindos e pomposos seios daquele corpo escultural vendido a quase nada.

"Seria uma bela dama se não quisesse arranjar dinheiro de maneira fácil. Ela precisava mesmo disso?Ou fazia por prazer?"

Afastou esses pensamentos e se alimentou do que pode.
Beberá demais, disso não tinha duvida, logo estaria fria e isso não ia ficar barato.


Lambeu as feridas e deixou apenas o que já escorrerá em seu corpo agora nu.

Admirou por alguns segundos e limpou com a língua o pouco que ficara nos lábios.

Seus sorriso para lua estava rubro, seus dentes antes brancos como a neve foram banhados pela maldição rubra de todas as noites.

Logo estaria tudo bem, e logo o faria de novo.


O homem tossia a alguns metros dali, talvez retomando a consciência, fraco e sem entender.

Com uma fração de segundo uma segunda imagem da criatura surgiu frente ao homem que caiu para trás tentando se afastar, a primeira imagem sumiu.


Apenas um grito pode ser ouvido naquela cidade quase fantasma, e os corvos presentaram a lua com sua imagem fúnebre poucos segundos após aquela canção de horror que o homem entoava, mas aonde a criatura era o verdadeiro maestro.


Alesson £asombra

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O que eu faço?Para aonde devo ir?Aonde eu estou?Quem vai comigo?
Deveria eu deixar tudo aqui e então seguir de outro modo?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Correndo
na neblina, rastejando na lama, lágrimas caem pelo meu rosto.Minha boca
tem gosto de sangue.

Mostre a este pecador o seu precioso Deus,
alivie a culpa dos meus ombro, mostre-me o prazer da vida.
Faça eu
sentir mais uma vez o ar que já não mais respiro, ou o sonho que esqueci
.

Preparando-se para a morte, esperando a luz brilhar sobre nós.
Desejando o sol cair sobre nossas
cabeças. Meus sonhos foram
transformados em pecado. Alimente a minha mente com
os pensamentos
mais gloriosos! Estou disposto a sacrificar todos meus sonhos
para
servir e honrar a morte, talvez movido pelo medo da ira do tirano.


Você levou todo o meu riso e me deu o frio da escuridão. Envolveu-me
sem esperança e levou toda minha
felicidade. Meu coração inocente
sofre por dentro. Apenas me deixe morrer...

Eu gelei minha
consciência e adormeci no meio do meu tormento, deitei minha alma
debaixo de
folhas murchando, e agora eu estou eternamente só ...


Eu sinto a ira de Deus, seu exército procura o meu corpo e eu corro
abandonado. Eu caio no fundo
do mar da vida. A escuridão encobre a
minha visão, eu não ouço o que é falado.
Uma figura vestida em ódio

Segura minha mãe e me leva para longe..

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O vento parte a alma com seu caminho gélido e sua textura laminada.
Os teus momentos se vão e tudo que querer é a verdade

Dos teus olhos o desespero alimenta o que hoje é um oceano,
Um oceano negro carregado de emoções e prantos
Avivado por angustia e confiança.

A pele fria inflama e os olhos escurecem com um rubro doentio.
O sol saudá o mundo vagarosamente enquanto o vento ainda frio levanta os seus longos cabelos
Ele se despede da brisa e por um segundo por sentir o quando era confortante

O coração pulsa, o sangue nos teus lábios secaram e as o teu olhar tornou-se vazio
suas roupas são levadas para trás o vento anuncia com honra e celeridade os raios que tocam a sua pele segundos depois.

Seus olhos fagulham enquanto as chamas percorrem até o sangue lentamente e se espalham com extrema velocidade por cada uma delas
Ele sente o pulsar forte da maldição, os seus pensamentos estão nela
O teu sangue correrá nas veias dela
e então tudo deu lugar a chamas

O sol se inclina para cima e suas veias ingneas de paixão e ódio
Transformam seu sangue e seu corpo em pó.
A brisa continua e ele se une a ela.


Poucos segundos nada mais restara, apenas lembranças, uma ponte e um crânio com caninos pontiagudos.

Ele falhou?Não, talvez ela tivesse decidido o seu caminho....

quinta-feira, 16 de setembro de 2010


Minha pele se desfaz em areia, dando lugar a minha carne.
O frio toma conta dos meus nervos enquanto meu sangue gelado corre lentamente pelas veias.
Minha alegria recai ao chão em pó, o pó que forma o deserto gélido da tristeza.
Caminhando só,apenas meus passos e um mundo de tristeza e rancor.

A mágoa penetra a alma, os sentimentos ficam fúnebres
As memórias, formam um doce caminho para o inferno.
Elas pairam como raios de sol coloridos em meio ao meu mundo escuro.
Atraentes, porem mortais.

Os passos lentos ganham pegadas e a chuva de areia vem por sobre mim.
O clamor do desespero, somado aos prantos da angustia.
A verdade é a duvida e a duvida é o rei do meu lar.
Que os urubus aproveitem minha carne
E que os demónios de saia tomem o meu sangue ainda quente.

Tome o que é teu, o terra maligna e que o meu sangue seja cobrado
Que a terra me jogue para fora, como verme mal visto.
Que os humanos caiam por sobre a verdadeira face do caos

Que os meus novos passos adentrem a alma daqueles que conhecem a vida
E que o ar seja tomado pela frieza da minha verdade
sem sentido
e sem sentimento eu clamo pelo meu adeus.

talvez....

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ela clamou por séculos, beijou todo seu corpo e o excitou ao máximo.
Ele sabia que ela seria capaz de tudo para provar mais um pouco.
Seus corpos dançavam na escuridão, pálidos, agora quentes e suados
A respiração ainda que desnecessária era ofegante e seus mais íntimos pensamentos revelados.

Ele pairou por sobre sua mente, com lascívia e luxuria, fazendo tudo que a levasse ao ápice.
Os pelos do seu corpo feminino se arrepiaram por completo, e a sensação gélida subiu a espinha
As mãos dele percorreram seu corpo e então rasgou seu próprio pulso.
A maré rubra caiu como uma cachoeira por sobre ela.

Sua língua saía em busca do sabor vivo, ficou completamente molhada.
Seu pescoço, seus rosto, os seios, a barriga, cada curva, tomada pelo manto vinho.
Inclinou seu corpo para frente em excitação e ele a possuiu ali..
Levou o pulso aos seus lábios, fazendo com os dedos o caminho para sua boca.
Ela provou e se alimentou do seu sangue enquanto o ritual começava.....


Alesson Lasombra

sexta-feira, 13 de agosto de 2010



A lua vertia um tom vermelho do que seria suas bordas,talvez de ódio talvez de paixão

Seu clarão branco iluminava um pouco a varanda.

Parecia quase tocar a terra de tão próxima, podia até sentir o seu cheiro jurou ela.


Um quarto lindo, perfumado com rosas e essências vivas,

Paixão,amor,vontade,desejo,volúpia,excitação,pura e úmida.

Um carpete plumoso e uma cama de ébano tão grande quanto seu ego.

Lençóis negros e couxas rubras como o mais perfeito vinho.

Cortinas escuras e pesadas de uma época muito antiga.

Grande parte de madeira o quarto vertia um saboroso cheiro de carvalho.


Ela caminha de forma suave como se caminhasse por sobre ás águas,sua pele era branca seus olhos claros ,verdes como uma lago.

Suas essências fundiam-se , de alguma forma estavam ligados.


A milhas e milhas ele podia ouvir o soar do seu suspiro, o seu cheiro e a sua presença

O gosto de sua pele ainda rodava nele, seu sabor dançava em sua minha mente

Como a insanidade perturba um louco.


Seus caninos alvos tocaram a pele de sua vítima com tanto carinho, que ela quase veio ao orgasmo,relutou-se e dobrou-se frente a tamanho prazer.

O sangue praticamente saltou para dentro de sua garganta.

Um sabor suave, como vinho de boa qualidade, não muito forte, com um sabor doce e sublime.

Sorveu pouco a pouco,lentamente, enquanto sua vítima desvanecia em meio a espasmos e tremores.

Sua ultima sensação nas mãos daquela rainha da noite, seu ultimo suspiro enquanto ela apenas o lançava ao chão, como um cervo abatido, já completamente sem sangue.



Caminhou lentamente até a varanda, enquanto seus cabelos esvoaçavam como um farol rubro.

Seus lábios possuíam um rubro ainda mais intenso, acabará de se alimentar...

O sangue corria em seus lábios, como uma fina veia.

Seus olhos tornaram-se muitas vezes mais brilhante,

Cada segundo de si ficou mais intenso.


Já na varanda com seus lábios rubros sendo secados pela língua úmida

Inclinou-se para frente com as mãos apoiadas no parapeito observando a deusa lua.

Seu vestido, ou talvez apenas um lençol cairá lentamente desvendando seu maravilhoso corpo.


Seus pelos se arrepiaram, talvez pelo frio, ou talvez pelo prazer que ainda dançava em seus sangue freneticamente.

Voltou-se para traz enquanto suas mãos percorriam seu corpo.


Cada centímetro de si, foi banhado mais uma vez pelo doce prazer.

Foi arrebatada pelo mundo das ideias e pelos prazer da ilusões.

Tremeu, vibrou e então deleitou-se em Volúpia e paixão.

Clamava... por ele com vontade e então voltou-se para seu santuário.


Deitou-se completamente nua na cama, e fez carícias em si.

Pedia por ele,queria-o ali bem próximo, dentro entorpecido

Enlouquecido e selvagem.


E então o vento foi cortado e a silhueta de um homem surgiu na varanda

Em seus lábios finos veios rubros, em seu corpo um imenso lençol negro

Em sua mente o desejo de sua amada, que tanto clamara por ele...


Aproximou-se lentamente, como um predador se aproxima de sua caça indefesa

Lançou-se na perdição enquanto o ritmo regia louvores a luxuria e ao prazer.

Iniciou-se a grande dança nocturna....




quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dúvida...

Eu caminhei por séculos,como uma criatura sombria e maculada.
E depois de longos anos encontrei o teu olhar
Tua pele,teu cheiro, o brilho do teu olhar,cada segundo me encantou.
A criatura sombria que mata para viver.
O sentido da morte que clama por derrota
A verdade enlouquecida de alguém que não vem.
Os momentos...
As verdades..
As lembranças...
E essa eterna dúvida.....

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Flores do mal



Remorso póstumo"

(Trad. de Guilherme de Almeida)



Quando fores dormir, ó bela tenebrosa,

num negro mausoléu de mármore, e não

tiveres por alcova e morada senão

uma fossa profunda e uma tumba chuvosa;



quando a pedra, oprimindo essa carne medrosa

e esses flancos sensuais de morna lassidão,

impedir de querer e arfar teu coração

e teus pés de seguir a trilha aventurosa,



o túmulo que tem um confidente em mim

- porque o túmulo sempre há de entender o poeta -,

na insônia sepulcral dessas noites sem fim,



dir-te-á: "De que serviu, cortesã incompleta,

não ter tido o que em vão choram os mortos sós?"

- E o verme te roerá como um remorso atroz.

...:
CHARLES BAUDELAIRE:...

segunda-feira, 26 de julho de 2010





Os sinos tocavam sinais de morte enquanto os mortais voltavam para suas casas.
Os lamentos tristes pela noite eram soados dentro daquela pequenas casas.
O homem sabia que algo esperava, que algo se esgueirava atrás de sua vida.
Lampejos de morte e tudo era resumido a medo.

O cheiro e o sabor da vida eram acentuados pelo terror
Cada segundo naquele lugar era sublime
Tochas clareavam o feudo
E o cheiro de grama invadia todo o lugar
A dama entrava em sua carruagem e partia rumo ao castelo

Os guardas rezavam para que não fosse daquele jeito
Ela saiu quando notou o silêncio e sua carruagem parada em meio ao nada
Do lado de fora apenas manchas rubras e o forte cheiro do rubro
Segundos e antes que suas lágrimas caíssem seu corpo foi domado.

Os minutos de terror deram lugar ao prazer
E a vida começou a sorrir enquanto ia embora
Sentia cabelos longos tocarem-lhe a face enquanto os caninos drenavam-lhe a vida
As mãos dançavam sobre seu corpo lentamente
Enquanto as mãos pairavam eu seu corpo clamando por prazer

Os sentidos se misturaram
O prazer era visível
a morte inevitável
Caiu ao estofado da carruagem com lentidão
E enquanto secava meus lábios podia ouvir em minha mente seus gritos de ódio
O que quer que fosse me fazia bem

domingo, 25 de julho de 2010

http://www.walldesk.net/pdp/1024/01/12/Alone-at-Last.jpg


Dúvida (derivado do Latim dubitare) é um estado mental ou uma emoção entre acreditar e desacreditar. Ela é a incerteza ou desconfiança de um fato, uma ação, de uma asserção ou de uma decisão. Para que se estabeleça a dúvida em geral é necessária uma noção de realidade do fato em que existe a suspeita, e isto pode adiar a decisão de ações relevantes ao fato pois podem estar incorretas ou incompletas.

sábado, 24 de julho de 2010



Os sons e as memórias ressoam mais uma vez
Sons distorcidos de violinos cantam lamurias ao tempo
Cortinas de sangue tapam o sol negro que não mais brilha
A poeira recobre as cinzas, tudo virou pó

Corroído e maculado o mundo clama por sangue
Talvez para seu sustento ou talvez por sua vingança
Sorrisos ao vento vindos das trevas
Lamentos vindo de baixo da terra

Poucos fogem e se escondem
As trevas se unem em busca de um novo sonho
O teor da vida tornou-se junto com tudo pó
Deixando em agonia os que ainda respiram


A verdade dentro de cada um
Não existe compaixão, muito menos misericórdia
O mundo é um lugar para os malvados...

Passos lentos e suaves, silenciosos e mortais
O medo toma conta enquanto se debruça e geme
Tenta gritar,mas seu pescoço sofre pressão
Aos poucos a dor da lugar ao orgasmo

Os sentimentos desaparecem, as crenças perdem forma
A vida vai indo cada vez mais rápido e então tudo escurece
Saciado , o som vem,o corpo tomba e a besta se cala.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

entre....


Caminhava por sobre a grama cinza enquanto o dia deixava ser sufocado por nuvens negras.
Aos poucos o frio foi tomando conta do parque e eu pude ver uma pequena criança vagar.
Ela estava só, caminhava só, mas sempre em volta da árvore.
Um árvore grande,escura e retorcida

Seus galhos são grossos e antigos e em suas pontas nenhuma folha resta.
A criança corria e as vezes tocava na árvore que tanto admirava.
Seus olhos cintilavam alegria, mas eu sentia cheiro de medo.
A criança me viu e correu para me abraçar.

Eu aprendi a ama-la e ela chorava tristeza e clamava por paz.
Eu vaguei com ela por poucos lugares mas no fim ela sempre voltava a árvore.
Seus olhos com inspirações do universo me deixaram e sua loucura em mim habitou.


Eu fui até ela várias vezes e ela até mim..
Mas mesmo em pós morte eu descobri.
Que aquela imensa árvore sempre estaria entre nós...



Alesson Lasombra

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Vampire


As flores balançam lentamente enquanto sol morre dando lugar a uma imensidão negra..
A noite desliza por sobre o corpo do céu e toma o seu reino.
Os segundos param e o sangue pulsa cada vez mais rápido.
Noites sem fim...

Seus pés sensíveis como cristal caminham pela terra fria e escura
Sua sombra dança por sobre a maré de loucura que sua presença causa
Suas mão dançam por sobre o corpo em rodopiantes devaneios nocturnos
Pouco a pouco.....

Sua voz entoa canções de alegria,
E o seu sorriso ainda que perfeito traz maleficiência a cada momento
Seus olhos tingem de rubro sua pele pálida como a lua
E os seus tons antes alegras cantam à noite a sinfonia dos horrores.

Em seus braços o lema da paixão,
Em seus corpo o caminho do inferno
Em suas curvas a verdade sobre o prazer
Em seus olhos o desejo volupioso

terça-feira, 6 de julho de 2010

um brinde a Loucura


Os sonhos e encantos se perderam


O caminho escuro faz sussurros sibilarem palavras de morte


O encanto vai esvaecendo,as palavras vão se perdendo


Enquanto tudo vira treva


Devaneios noturnos e passagens sangrentas


O corpo implora pela morte enquanto os prantos sequestram a alma


Minutos quentes que derretem


Segundos frios que enlouquecem


A tarde morre a noite impera


Os momentos insanos dão lugar ao som


Gritos e choros,palavras e atos


Tudo vai girando em um malabarismo de contorções


A voz se espalha , os nervos se abalam


E tudo escurece.O sangue jorra de todos os lados


Os gritos de pavor dão origem a uma singela sinfonia


Com os dedos no ritmo dançam os corposDor..


A fúnebre cena segue


As mãos vão a face, tudo se mistura m um malabarismo de contorções


Na taça o rubro sabor


Na mente a insana vitória....


Um brinde a loucura....
Alesson lasombra

terça-feira, 15 de junho de 2010

O vento gélido parte minha pele, o frio de Brasília tem se tornado estranhamento intenso, pegando as pessoas de surpresa.
Falando em surpresas, hoje me deparei com uma situação drástica.
Alimentamos a mente humana com tantas coisas
mostramos caminhos nocturnos e ensinamos sobre honra.
A cada segundo mostramos ser algo e logo a frente tomamos decisões que em uma conversa nunca diríamos.
Os outros lhe fazem mal pelas beiradas e você aceita pelo simples fato de não perder a amizade.
Mas isso acumula e a quem diga que nunca faria isso!Mas é fato!Todo mundo passa por isso.
Todos nos erramos, e mesmo que erremos feio merecemos um perdão.
UM perdão de Deus?Ou um perdão do culpado?

Lágrimas rolam por acções completamente loucas e então vimos o quanto longe fomos.
A vida muda e nos pegamos em uma labirinto soturno de ilusões e percas.
Justificar por instinto?Não me agrada, mas não vejo nenhum outro motivo.

Um brilho das melhores das amizades se ofusca e então enxergamos que a desgraça esta nos detalhes!

Sentimento de perca,misturado a culpa...

Não existe perdão para alguns actos..

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Carícias das Terras Desoladas

Eu lamento a ti pelo crepúsculo
Eu lamento a ti pelo amanhecer
Suplicando por teu brilho
Para procurar as silenciosas clareiras além
Preciosa uma olhadela
Teus véus agora revelados
Lacrimosa ela dança
Dentro deste anoitecer eu contemplo

Angustiado à noite
Teu luto e tua perda em vida

Wasteland's Caress = Tristania
Angustiado de dia
Tua devoção e teu falecimento

Além dos véus da madrugada
De onde a Sereia chama

O pôr do sol agarra interiormente à medida que eu ando
Através do aveludado anoitecer e amanhecer
Condenado a ascender e cair
Tão dolorosa através da noite ela chama
A beleza que eu uma vez perdi
Eu lamento por ti minha amada

Longe abaixo de teus paraísos perdidos
Onde eu uma vez pálido e frio
Contemplei tua mais rara rosa.


Eu rasgo a noite com minhas mãos
Enquanto sussuro ao além dores e prantos de um mundo infame
Segundos e horas e tudo vai se desfazendo em morte.
O mundo se entregou a glória do sofrer e meu pés molhados se movem
Pegadas rubras, sobras de um oceano de sangue escuro....

Lentamente caminhando em direção a lua
enquantos os olhos cintilam dor e destruição
Caminhando lentamente
Pronto para provar o sabor da loucura

Um brinde a loucura, e o os céus choram por medo do além
Cada segundo, movendo,se desfazendo
Enfim...
Morto...

quarta-feira, 14 de abril de 2010


Os galhos secos recobrem o chão cinzento e gélido

Folhas negras pairam pelo nada até tocar o chão com o rodopio de dança ritualística

gotas rubras de vida negra orvalham por sobre cada folha.

Os pássaros ressoam canções malditas

sobre os poetas mortos canções vazias...

Tudo mudou desde o que o primeiro passo da criatura infame despertada foi dado.

Seus pés afundam em pedaçoes destorcidos de morte

Enquanto espíritos clamam por vingança em suas pegadas rubras....

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Lembrança ...

Um texto antigo..
Acho que escrevi a uns 2 anos atras..
achei perdido nos meus depoimentos...rsr..

És o teor da minha essência,
vossa escuridão, ainda que colossal abrange a mim
que jazia em um terreno morto e frio,
aclama minha alma que sangrava em meio a densa
e negra floresta.

Consumido pela angústia, teu ser me alegra
no meio das sombras ,sinto tua presença,tua figura
sei que nada poderá leva-la para longe,
não enquanto esse corpo morto ainda lembrar de você

Sei que na noite de lua cheia ei de te ver,
de estar em tua presença no abismo
em meio ao terror e da escuridão
estaras em meus braços e sentirei teu perdão....

Poderei acolher-te a alma e secar teus olhos
olhos que emanam o choro dos inocentes
olhos que sangram a tristeza e a dor.

sinto sua falta e não importa o quanto eu te lembre
Isso tende a aumentar..
..

†Alesson Ľäsðmбяå†

Absinto..


"... E o terceiro anjo tocou sua trombeta, e uma grande estrela
caiu do céu.
Ardendo como um facho, caiu na terça parte
dos rios
e fontes de água. O nome da estrela é Absinto.
A terça parte
das águas viraram Absinto, e muitos morreram
porque suas águas ficaram envenenadas..." (Apocalipse)

Eu consigo ver o filho de Deus que está para nascer
Brincando com uma arma carregada
Todos os nossos pecados...
Ele morrerá por nós...
Ou alguém mentiu para nós?
Eu consigo ver a sombra de Deus
Afogando-se numa poça de sangue
Um poderoso coro de antigas gerações canta
Cá está! A mão da morte
Sufocando o último suspiro da Terra
As estrelas estão caindo do céu
E eu sei o porquê

Vejo Deus e sua mão da morte
Sufocando o último suspiro da Terra
Como tudo isso acinteceu?
(Foi) trazido para nós através do beijo de Judas?
Eu vejo o sol desaparecer
Eu vivi para ver o fim

Enquanto eu vejo o sol desaparecer
Minha descrença (está sendo) reposta pela dúvida
Todos os nossos pecados...
Ele morrerá por nós...
Ou alguém mentiu para nós?

Deixe para nós, os pobres, um último drinque
Encha as taças até a borda
O mundo está em chamas
(E) eu continuo ouvindo o coro cantar
Cá está! Seus pesadelos estão se concretizando
Deus simplesmente fará sua última vontade
O mundo parou de girar
E a morte é tudo o que restou...

Venha...
Junte-se a nós
Deus está morto...


Tradução da música

Wormwood

Autor: Tristania

segunda-feira, 29 de março de 2010

Lentamente....


As sombras envolvem minha visão
Tomando conta cada segundo mais de minha insana mente.
Aos poucos me deleito no prazer cruel e amargo da solidão.Enquanto memórias insanas a rodeiam como fantasmas
A atormentar uma desolada mansão.

Sem parar os fantasmas giram, correm e gargalham.
Lutam e ferem trazendo a agonia no âmago dessa imensidão.
A lua resplandece no alto com vitória, e seres noturnos me convidam a cantar.
Lamúrias e presságios são sussurrados.
Anjos e demônios se entrelaçam nesse banquete de ilusões.

A noite entoa com doce voz sua gratidão
Enquanto envolve-me com o seu eterno frio.
Meus olhos se despedaçam enquanto braços gélidos me sacodem.

Não existe mais som, e tudo se foi...
Não existe mais glória, pois não há o que clamar.
Tudo se perde em cristais rubros e na falta de existência.

Os últimos acordes ressoam,
As últimas cordas vibram
O som se cala para eternidade, e nem mesmo a imensidão...Pode o levar para longe...

†Alesson Ľäsðmбяå†

sexta-feira, 19 de março de 2010

Dança Soturna


Um Mundo Cruel e insano derrama imagens de terror em minha mente, trazendo cada segundo mais um pouco de dor.
As sensações se misturam enquanto levemente retiro a vida de mais uma mortal.
Ela geme em êxtase e eu posso jurar que escuto ela gritar dentro de si, pedindo mais, mesmo sabendo que em alguns minutos nada de vida a ela restará.
Minhas mãos percorrem seu corpo ainda quente, e suavemente deixo de drenar-lhe a vida.
Ainda resta pouco, e sua pele esquenta como se estivesse febril.
Ela desliza por meu corpo como se fosse um ritual, e suas mãos dançam em mim pedindo mais.
A vida esta fraca e em meus lábios escorre o vinho rubro que dela roubei.
A dança continua e em meio a devaneios e luxúrias, idas e voltas, sussurros e espasmos.
Olhares e toques e então vejo o fim.Uma explosão de orgasmos, e eu dou a ela um último momento de prazer, um ínfimo toque de suavidade, para que descanse em paz...
†Alesson Ľäsðmбяå†

quarta-feira, 17 de março de 2010

São três da manhã e eu ainda estou tentando descobrir como é bom estar morto.As ruas estão escorregadias por causa da chuva, e a luz dos postes reflete no asfalto molhado como se Deus quisesse cobrir cada buraco habitado pelos homens com um halo.
Eu consigo ver um Carro fazendo a curva, um quarteirão depois da rua Locust.Posso até mesmo ler qual a placa daqui -jamais seria capaz de fazer isso quando estava vivo.No fim da rua eu vejo as árvores na praça Rittenhouse, e posso jurar que consigo contar cada folha, e cada gota de chuva em cada uma delas.

Eu vejo tudo, e tudo é tão belo.

Eu a vejo, também.Ela vestia um vestido negro e carregava um guarda-chuva preto, fechado.Eu começo a andar na direção da Praça, medindo meus passos para conseguir esbarrar nela enquanto atravessa a rua.Agora eu vejo os seus cabelos longos e posso sentir o doce cheiro que dele emana... vejo sua pele e o suave tom do seu rosto.ela deve ter uns 25 anos, parece um pouco cansada da vida, mas segue rateando pela estrada.Suas passadas são mecânicas.,mas eu me movo mais rápido.

Ela para de repente, e olha para o céu nublado,talvez esteja procurando uma resposta escondida entre os galhos nus das árvores do Parque.Talvez seja apenas o instinto animal de gritar "Predador!!"
Mas isso não importa. Eu estou bem perto agora, rua 20,19...

Ela esquece o céu e começa a andar novamente.Seus olhos encontram os meus a um quarteirão de distância e eu acho que ela sabe. Mas ela não pára novamente. Ela não se desvia. E eu vejo a dor e a esperança e a história escrita em sua face, no exato e derradeiro instante de uma vida que está para acabar.E eu me apaixono por ela.

Eu me apaixono assim todas as noites, e todas as noites eu acordo com o coração partido novamente.A culpa não é mais de ninguém. A culpa é só minha.a culpa é só minha....

V.A.M

segunda-feira, 15 de março de 2010

"Mesmo que ande pelo vale das sombras, teme-as o suficiente para que o seu abraço não a sufoque a ponto de pedir uma clemência que jamais virá. Não perca seu tempo e tenha a dignidade de gritar para mim ao menos para implorar o perdão de seu pecados. Quem sabe eu não seja a clemência que precisa?"

quinta-feira, 11 de março de 2010

Deixe-me ...




Deixe-me caminhar por sobre o teu corpo como vento gélido
Passar por suas vontades e seus desejos me unindo a sua essência
Encontrar e sentir o teu olhar misturado a minha loucura
Sentir a sua dor se unindo a minha vontade de te amar
A meu querer de te fazer feliz!
Deixe-me ser o seu poeta?!
Deixe-me ocupar sua mente com palavras bonitas
Enquanto o teu coração vai sendo conquistado aos poucos,
Estar com você todos os dias, mesmo que seja por minutos,
Mesmo que seja só para eu poder tocar a sua face enquanto admiro seu olhar,
Deixe-me te fazer sorrir, entregue-se a suas vontades
Assuma as conseqüências e não tenha medo de sofrer
Pois apenas aqueles que não tem medo de sofrer são os que podem amar.....
†Alesson Ľäsðmбяå†

Suas palavras...


A agonia e a angústia traçam uma ponte negra de solidão
Uma ponte que me leve para um lugar sublime
De beleza incomparável e de eterna admiração
Com sons de cordas e sopro natural, vívido e aldaz
Que me leva cada vez mais a sonhar

Momentos loucos e inoportunos vindos do nada pela vontade
Sintomas de loucura e ternura
Ou seriam momentos de ilusão?

Sentimentos de graça e compaixão, mesmo em meios do caos.
Enquanto relâmpagos cortam o céu e a chuva derrama suas lágrimas sobre a terra
Tenho a ti sensação.
Seria eu louco?Ou estaria mais do que são?


†Alesson Ľäsðmбяå†

segunda-feira, 1 de março de 2010

Lágrimas de Desespero


A escuridão emana de cada segundo do meu ser,
Glorificando a dor e a verdade de um mundo só.
Sentiemtos de agonia se unem ao pranto e ao sofrer
E juntos compõem a singela melodia do desespero.
Os momentos de arte insana me deixam em êxtase
Me tiram da realidade cruel e me levam para o paraíso insano.
Penas queimadas recaem por sobre minha mente enquanto ouço gritos de dor
O paraíso interno desaba.....


As memórias ressoam em minha mente com tua presença
E o inferno se cala enquanto lembro-me de cada segundo do teu ser
Cada momento que senti sua respiração em minha pele.


†Alesson Ľäsðmбяå†

Noite e noites


O vento corta minha alma enquanto traz consigo a essência gélida retraída da solidão.
Minutos e horas se confundem para aqueles que se entregam à insanidade e não sabem o que sentir.
Momentos de paixão, de horror, de glória e loucura,
Nada mais importa,nada mais existe, somente o esplendor do teu sorriso, Somente o brilho encantador do teu olhar, o teu cheiro, em minha mente.Cada parte disso ficou em mim,cada segundo do teu sorriso fora gravado em minha insana memória que ousa como um mago do tempo recriar aquilo por vários e vários segundos...

Momentos loucos e confusos, porem gratificantes e sublimes.
Sentimentos, sentidos e esperanças, verdades e vontades.Tudo se mistura nesse balé de sensações regado pela sinfonia da loucura...
†Alesson Ľäsðmбяå†

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Posso ouvir o sussuro da noite que por minha presença clama
Cada segundo tornando-se mai forte
Como a correntesa de um oceano de dor e perdição
Como a maré que completa minha vida, seguindo a solidão

Meu corpo estremesse e me deixo levar pela verdade
Cada segundo meu ser torna putrido e tua imagen a mim é revelada.......

†Alesson Ľäsðmбяå†

A noite penetra a alma..como mais profunda verdade..
como mais profundo querer, com verdades e vontades..
Com teores e essencias...Com desejos e ilusões..
Com ações e sacrifícios
Com lembranças e com paixões..
Com alegrias e decepções
Com soberania e talvez perversão...
Com um anjo e com a solidão...

†Alesson Ľäsðmбяå†

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

UM SEGREDO DO PASSADO E DO FUTURO


Oh, eu não estive aqui há algum tempo
Na cegueira e na decadência
O círculo foi fechado, agora

Minha música do fim
Eu vi tudo

Ouça, multidão
Eu contarei tudo a vocês
apesar de eu ter que falar,
eu não sei muito
Falando sobre um
Segredo do passado e do futuro
A maioria o chamou uma vez
E futuro rei
Num passado distante
Eu vi seu fim
Muito antes de começar
Eu sabia seu nome
Ele é aquele que tirou a espada
Da pedra
Foi assim que o conto antigo começou
Eu ouço isso nos ventos frios

Minha música do fim
Eu vi isso nos meus sonhos
Minha música do fim
Eu não posso parar as nuvens escuras

Eu sinto frio
Quando eu grito para o barco
Leve-o de volta para Avalon
Pondere sobre a nova era
até logo, durma bem, meu amigo
Leve-o de volta para Avalon
Eu vou esperar e vigiar
O coroa do futuro rei

Minha música do fim
Era legal, mas agora acabou
Minha música do fim
Estava fixa o tempo todo
Minha música do fim
Eu vi tudo

Tradução da Música "A Past and Future Secret" da Banda Alemã Blind Guardian

Minhas mãos se quebraram quando em minha pele ela tocou.
Como porcelana rachou, e aos poucos deu lugar ao vazio...
Cinzas eu me tornava aos poucos e enquanto meu olho esvaia dor
O meu corpo clamava por perdão
A ira se ascendeu sobre cada segundo que passava
Aos poucos dominado pela angústia e pela raiva.
Os sonhos se desfizeram como uma poeira na chuva.
Segundos e milhões de pensamentos antes de deixar de existir.

Meus cabelos esvoaçaram mostrando a direção do forte vento.
Minha pele agora manchada, dava lugar as chamas que me consumiam.
De dentro para fora, cada segundo de esperança foi destruído.
E então eu me pus de joelhos.

Clamei pelas trevas, e enxuguei a realidade...
Minutos de dor, segundos insanos...
As sombras me abraçaram, e apagou as chamas que levará minha vida.
Como uma melodia suave e confortante

Levou-me novamente para o negro oceano de solidão...
†Alesson Ľäsðmбяå†

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ultima noite


O cair da noite me traz memórias insanas,
De um passado cruel vindo do abismo de minha mente.
Um misto de sensações e devaneios, uma paixão misturada à angústia.
Um sintoma claro da minha insanidade,
Que emana do sangue que parte aos poucos das órbitas de meus olhos
Onde há apenas sombras.
Minha alma louva a solidão e canta a noite lamúrias de hipnotismo.
Enquanto pouco a pouco tenho o brilho dos teus olhos,
Roubado das estrelas,trago de mitos antigos
O meu coração pulsa com o teu sorriso em minha memória
E de meus pulsos esvaem a vida no ritmo do meu coração.
As veias rasgadas dão lugar a uma maré de sangue
Uma tsunami de vida que aos poucos se afasta de tal ser
Tornando-se mais fraco,menos intenso, e cada vez mais pálido.
O teu lindo sorriso tido como memória repousa em meus últimos pensamentos
Enquanto a vida se afasta e a canção torna-se mais suave.
Os momentos ficam lentos e as palavras não fazem sentido....

†Alesson Ľäsðmбяå†

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Noite final...


Lembro-me de um intenso prazer e então tudo escurecia.
Aos poucos ela drenava minha vida, eu podia sentir enquanto entrava em transe
O medo se escondeu, deu lugar êxtase....
O delírio cortava meus sonhos e tudo mudava
Eu me lembrava dos teus lábios vermelhos, e da tua pele alva como a neve
Movimentos leves, e suaves.Atravessará a rua lentamente com virtuosidade.
O vento ficou frio, e eu sabia que ela me queria, eu sabia que ela me desejava.

As sombras se moviam e ela se aproximava, olhei para os lados.
Tudo parecia tão mais frio, tão mais mórbido.Talvez fosse a cor da morte.Com um momento de luxúria.

Sua voz foi suave, sublime e encantadora.
Pousou sobre meu ouvindo fazendo cada pelo do meu corpo se levantar.
Palavras doces, e um toque frio, eu não me movia, sentia prazer.
Aos poucos ela começava a beijar.E eu senti seus caninos meu ser tocar.

Eu sentia minha vida se esvaecendo, e cada segundo mais eu queria ser dela.
Entreguei-me e desde então nada mais vi...


†Alesson Ľäsðmбяå†

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Alma sangria...

O que nos motivos partiu como um pássaro, com suas asas longas e seus gritos colossais
Os mortos clamam por minha pálida alma enquanto com espada na mão eu grito!
O sangue escorre por sobre meu corpo o partindo em dor e agonia.
Aos poucos meu grito da lugar ao silêncio e finas veias de sangue escorrem por meus lábios
Enquanto meu coração pulsa em minhas próprias mãos....

Aperto o cabo da minha espada com mais força enquanto meus olhos mudam
O castanho claro da lugar ao cinza vazio e minha pele tornou-se branca e pálida.
As veia roxas podem ser vistas de longe enquanto cada passo meu faz o ar se mover.
O vento leva parte do meu casaco para trás e então meu cabelos balançam momentaneamente.

Apertando os olhos posso ver ao sul a destruição que ficou,
O amor deu lugar ao ódio
A ordem deu lugar ao caos...

O mundo se foi, e nada mais tenho senão meu sangue, minha fúria e minha espada.
Não há para quem gritar,o mundo agora é meu e das pálidas criaturas noturnas
Não mortos e não vivos , não existe mais sentimento!

As flores outrora lindas e perfumadas apodreceram
Os jardins são negros e pútridos não existe mais o que admirar.
Regarei com meu sangue cara rosa negra que por fim sobreviver..

†Alesson Ľäsðmбяå†

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010


Eu seguirei sozinho, sem tocar em tuas mãos, enquanto tocam no teu piano uma linda e triste canção de solidão, inspirada em mim.Eu seguirei pela floresta negra da perdição, onde a vida que resta esta apodrecida, e as cores mortas, um lugar vazio que por muito tempo foi o meu lar.
Sombras e morte, destruição, rancor, são seres que por aqui habitam.
Um local vazio onde eu posso enfim pensar, onde eu posso escutar as vozes de minha alma, de tantos momentos afogadas...O eco estridente da sombra emana enquanto as lágrimas são levadas em contorno à face, lentamente formando uma fina veia de sangue.

†Alesson Ľäsðmбяå†

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Seu sono sem respiração
Nosso menor sonho
Está jazida nossa proteção
Em meus olhos escuros e meus braços gelados
Nada vive sem causar dano
Agora você está gasto com os anos
Anos e tristezas
Como santos com flexas
Mais uma vez morre com uma humilde visão

Esta maré calma de tristeza
Ele me guia longe e eu sigo
Suspiros e em seguida sono
Insônias e suspiro novamente
Abrindo os olhos,
Vejo fantasmas de novo
Nosso amor morrendo, orando em vão para viver
E pleitear por socorro, eu simplesmente não posso
desistir

Meu devotado amor tomado mimúsculo negligente
Passo longo
Solidão extensa perante eu

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
























E então, eu voltarei para as trevas, e lá cantarei a solidão para a eternidade, pois nada é mais cruel que lágrimas solitárias...
O mundo é como uma alcova para aqueles que lá dormem, a eternidade é um castigo, e meu fardo eterno.

†Alesson Ľäsðmбяå†

" Tente ver o Mal que eu sou

andando pelo mundo em trajes de mortal

o pior dos dêmonios.

o monstro que se parece com todo mundo."


Deixe que eu seja aquele dêmonio

Liberte-me deste desejo vulgar e desta fraqueza.

leve-me de volta para as trevas

que é o meu lugar".

Lestat de Lioncourt

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Alma sombria...

A eternidade é teu fardo,doce monstro!
Nos teus lábios ainda posso sentir o gosto quente e intenso de tua última presa.
O sabor suave do teu sangue, que como mel desliza lentamente por teus lábios, vem de encontro ao meu, enquanto nossos corpos pairam lentamente por sobre a brisa fria da noite.
Lençóis de seda nos acompanham nesse rodopiante ritual e tudo que eu vejo é tua figura que dança sobre mim.
Penetrando a tua alma com dizeres e sussurros não compreendidos por som apenas por instinto.
O toque suave aos poucos da lugar a imensidão selvagem que nos consome, aos poucos, fazendo em meio um paradoxo de suaves e ternuras caricias com apertos e desejos volupiosos e cruéis.
Com suavidade os corpos se entrelaçam a mente se expande e tudo passar a dar prazer.
O teu cheiro purifica o local o tua pele me estremece com o toque de tamanha suavidade...
Cada segundo seu, é doce como a noite, o teu sabor é como mel recém feito e tua volúpia me consome de forma extrema!
O teu eu esta em mim e assim iniciamos nossa dança noturna de prazer ritualísticos.Dentro de tua essência sinto cada pedaço de nos que me envolve, que nos encanta e nos leva ao auge dos prazeres carnais...

†Alesson Ľäsðmбяå†

Nada mais Importa



Tão perto, não importa quanto longe não poderia ser muito mas vindo do coração,sempre confiando em quem nós somos e nada mais importa nunca me abri desse jeito,
as vidas são nossas nós vivemos do nosso jeito!!!!
Todas essas palavras eu não apenas digo.
E nada mais importa...
confie eu procuro e acho em você
todos os dias para nós algo novo
abrir a mente para uma nova visão e nada mas importa.....

nunca me importei pelo o que eles fazem
nunca me importei pelo o "que eles sabem"
mas eu sei.....


†Alesson Ľäsðmбяå†

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Silêncio


Nestas horas mortas que a noite cria,
entre um e outro verso do pavoroso poema,
que sob a pálida luz de uma vela eu lia,
me chegavam antigas lembranças de um dilema.
Quanto amargo e dissabor o silêncio produz!
Entre as sombras vacilantes da noite,
chegam em formas indefinidas,
que sobre minha cabeça pairam,
aves e outras criaturas aladas que de infernal recônditos alçam vôo até minha mente,
a perturbar minh’alma.
Essas formas indefinidas das sombras criadas pelo medo,
ocupando o vazio do meu ser,
preenchendo o que antes era de sentimentos sublimes e,
agora, somente o sentimento de dor.
O que antes era alegria, agora é tão somente o dissabor.
Não é do fim da vida que treme minha alma,
mas do fim do sentir-se bem eterno.
Não mais existir não é tão doloroso quanto o existir sem ser notado,
ou amar sem ser amado, ou perder o que jamais será recuperado....

†Alesson Ľäsðmбяå†

domingo, 24 de janeiro de 2010


Preciso apenas de suas verdades, nada mais tenho além de tal desejo, Os segundos corroem os vários "eus" que existem dentro de mim. É estranho dizer isso, mas ontem eu pequei. Me deixei levar por segundos de insanidade abotoados pelo sacrifício do teor que me torna normal. Mas nem sei se essa é minha vontade, estar lúcido,são tantos momentos dentro de um instante, que não posso dizer que estou em sintonia comigo mesmo. Ando perdido em um abismo que sempre foi minha vontade, um lugar louco que sempre foi meu desejo. Agora com o sangue em meus lábios sinto que é hora de escolher o meu destino. A espada permanece em minhas mãos, assim como a vontade de lutar por ti. O sentimento é minha verdade, e minhas ações precisam do seu sentimento. A ferida ainda arde, e não vai cicatrizar fácil como palavras. Os momentos únicos são como lembranças imortalizadas, que repetem como um filme antigo em uma televisão de filme de terror. Não tenho tempo para sorrir agora, corro para mais fundo, como um doente clama pela morte eu seu leito. O desespero ainda clama por minha presença e me envolve como nuvens o céu em uma tempestade. Segundos se transformam em horas quando o sangue jorra dos nossos corpos trazendo de dentro a dor.... Os pássaros cantam para mim. Eu os escuto todas as manhãs quando clamo ao dia uma felicidade.E eles trazem músicas que eu não quero ouvir,mesmo assim eu os escuto. A noite cai e então a eterna criança do vale sombrio lá está.A me ouvir, e a cantar as canções que me apaixonam....

“Que seja eterno enquanto dure”

†Alesson Ľäsðmбяå†

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010



O que dizer sobre a depressão? O que dizer sobre a melancolia? Parece que todos têm um saber sobre esta questão. Sempre que se trouxer este tema em discussão, tão certo haverá pessoas ‘’bem’’ informadas sobre esse assunto. De fato, não poderia ser diferente. Se este é o mal do século, como não o conheceriam aqueles que habitam neste século? O excesso de informações sobre este tema (e muitos outros) produz conhecimento, mas tal conhecimento parece ser mais um sintoma, sintoma de quem tem tanto para falar e nada a dizer, uma fala desprovida de qualquer conteúdo, uma fala vazia, fala de louco. Alguns dizem que há 1 bilhão de deprimidos no mundo. Será que as estatísticas estão corretas? Será que o número de casos de depressão é tão alto quanto se diz? Será que o ser humano ainda tem o direito de se angustiar, de ficar triste, de ficar indisposto sem ser rotulado de deprimido?


O ser humano é marcado pela angústia, que advém do desejo, que advém da falta. E assim como os ventos, que se movimentam pela falta (de pressão), a humanidade caminha pela via da falta. É a falta que nos insere em condição humana. Como herdeiros da perda, a falta é o elemento central que impulsiona a nossa entrada no universo simbólico, sendo a palavra sempre representante de uma ausência. Ora, então porque é que as pessoas lutam tanto contra a angústia, contra a falta, ou seja, contra si mesmos?


Urânia Peres diz que é curiosa a relação que se estabelece entre perda, luto e desejo, à qual podemos ainda articular a falta. Falta não apenas do que faz falta, mas também, enquanto culpa, pois sabemos que o sujeito padece de uma culpabilidade originária, como se fosse ele próprio o responsável pela sua perda. Freud se refere a um sentimento inconsciente de culpa. Lacan aponta a relação dessa culpa originária, o pecado original, com o gozo, ou seja, o que fica excluído do simbólico. Porque, então, lutar contra essa falta?


A sociedade nos deixa desamparados. Quanto mais apregoa a emancipação, sublinhando a igualdade de todos perante a lei, mais ela acentua as diferenças. Elizabeth Roudinesco afirma que ‘’a era da individualidade substituiu a da subjetividade, dando a si mesmo a ilusão de uma liberdade irrestrita, de uma independência sem DESEJO e de uma historicidade sem história. O homem de hoje se tornou o contrário de sujeito.’’ Se o ser humano sempre lutou contra as dores do mundo (ditadura, guerras, ideais), contra uma realidade externa aversiva, agora volta a sua luta contra a dor do ser, a depressão e a melancolia. Roudinesco continua: ‘’o ódio ao outro tornou-se sub-reptício, perverso e ainda mais temível, por assumir a máscara da dedicação à vítima. Se o ódio pelo outro é, inicialmente, o ódio a si mesmo, ele repousa, como todo masoquismo, na negação imaginária da alteridade.’’ De fato, a melancolia é caracterizada por um ódio a si mesmo, uma agressividade voltada para o ser.


Há tanto o que se falar da depressão e da melancolia. Mas precisamos antes delimita-las, posto que não são sinônimos. Desde Freud, nunca houve clareza diagnóstica e consenso entre a definição dos termos. Há quem diga que o termo melancolia nomeia formas graves de inibição motora e afetiva, assimbolia, dentro de uma cronicidade em que podem se alternar períodos de exaltação maníaca e de paralisia, ou seja, a denominada psicose maníaco-depressiva. Já o termo depressão pode aparecer indicando formas menos graves, quadros neuróticos bem definidos, ou sintomas que se manifestam nas neuroses. A depressão, então, é usada preferencialmente para designar sintomas.


Roudinesco afirma que a depressão não é uma neurose nem uma psicose, nem uma melancolia, mas uma entidade nova, que remete a um estado pensado em termos de fadiga, déficit ou enfraquecimento da personalidade. Rassial Jean-Jacques percebe uma fenomenologia de borda para estes transtornos, tendo em vista que há um estado limite, onde o sujeito mostra-se invadido por afetos contraditórios que o paralisam não somente em seus atos, mas em seu próprio ser. Todavia, afetado por uma angústia e por uma depressão insuperáveis, ele pode também responder com uma desafetação radical, que oscila entre uma apresentação neurótica, psicopática e esquizóide. De fato, tal dificuldade em situar a depressão nas estruturas conhecidas é uma marca da sociedade atual, onde não se tem definição alguma de nada.


Urânia Peres diz que é possível estabelecer duas grandes linhas interpretativas sobre a depressão, que se desenvolvem no inicio do século XX, a partir dos pensamentos de Freud e de Pierre Janet. A primeira, muito embora colocando ênfase na idéia de conflito, não deixa de apontar para o seu caráter estruturante, e a segunda para uma noção de insuficiência, uma deficiência inata. Surge então a visão psicanalítica e a visão psiquiátrica. E destacando a melancolia do campo das psicoses, criando a categoria das neuroses narcísicas, Freud introduz uma maneira de pensar que interroga os limites entre neurose e psicose. Freud parte do estudo das chamadas neuroses atuais, ou seja, a neurose de angústia e a neurastenia, provocadas por uma vida sexual insatisfatória. Ele constata que a angústia de seus pacientes está relacionada com a sexualidade. O coito interrompido, por exemplo, é fonte de angústia, uma angústia não prolongada ou recordada, ao contrário da histeria. Assim sendo, sua origem deve ser buscada na esfera física e não na psíquica, ou seja, é um fator físico da vida sexual que irá produzir a angústia, um acúmulo de tensão sexual por um bloqueio na descarga. Esse excesso de tensão sexual passa então por um processo de transformação, assim surge a angústia. Freud prossegue no estudo da melancolia, então, no raciocínio econômico e mecanicista, centrado na idéia de represamento ou descarga de energia física e psíquica. Os melancólicos, afirma, apresentam uma espécie de anestesia psíquica, e se na neurose de angústia o bloqueio é de energia física, no que toca a melancolia há que se pensar em uma tensão psíquica que não se satisfaz. Os melancólicos, diz ele, são frequentemente anestésicos, não apresentam desejo de coito, carecem de sensação de prazer, mas demonstram uma grande ânsia de amor em sua forma psíquica, uma tensão erótica psíquica. Freud chega a se referir de doze maneiras diferentes a esse tipo de sofrimento, e enumera uma séria de sintomas: apatia, inibição, pressão intracraniana, dispepsia e insônia, diminuição da auto confiança, expectativas pessimistas, entre outros. E muito embora não precisando de uma distinção entre melancolia e depressão, assinala a presença da anestesia psíquica na primeira e ausência na segunda.


A melancolia é apresentada como um luto pela perda da libido, e o efeito que produz é o da inibição psíquica com empobrecimento pulsional e dor. Karl Abraham estabelece um paralelo entre os estados de angústia e os depressivos e marca a presença de ambos tanto nas neuroses como nas psicoses. A angústia surge quando não há satisfação pulsional por causa do recalque, e a depressão devido ao abandono do objetivo sexual sem que tenha havido satisfação. Tanto uma como outra trazem uma tendência para negar a vida. A insatisfação com o objetivo sexual transmite um sentimento de não ser amado, assim, como uma incapacidade de amar.


O recalque do componente sádico produz uma incerteza nas relações afetivas, auto acusações e aumento das tendências masoquistas. Quanto mais intensos são os sentimentos de ódio inconscientes, maior a tendência para as idéias delirantes de culpa e sentimento depressivo. Assumindo uma posição passiva, o paciente acaba por obter prazer de seu sofrimento. A melancolia, então, traz uma fonte de prazer oculta.


Na relação luto-melancolia, Peres afirma que este primeiro é decorrente de uma perda real, morte ou abandono de uma pessoa querida, ou uma abstração que ocupe esse lugar, enquanto na melancolia encontramos uma perda mais ideal, não há clareza sobre o que realmente foi perdido. O melancólico pode saber quem ele perdeu, mas não sabe o que de fato perdeu.


Enquanto no luto o perdido é absolutamente consciente, na melancolia há uma perda que foi retirada da consciência, ou seja, é desconhecida.


Freud coloca que o complexo melancólico é comparado a uma ferida aberta que necessita de investimentos e acaba por empobrecer o eu. A tensão, então, entre o ideal de eu e as possibilidades reais do eu gera culpa, que se presentifica na melancolia de maneira muito severa. O melancólico aceita as reprimendas do seu supereu, admite a culpa e se castiga. Mas sua auto-censura, em verdade, é uma acusação dirigida ao outro. E de fato, o suicídio do melancólico é visto por Freud como um ato que representa um retorno a si de um ódio e de um desejo de matar o outro.


Lacan reforça a tese freudiana da melancolia como uma neurose narcísica, ou seja, é nos primórdios da constituição do eu – estágio teórico chamado narcisismo, pois toca na questão da relação com a própria imagem – que podemos situar esse acontecer. Ele nos oferece, através do estádio do espelho, o ponto de ancoragem onde algo pode falhar, não se constituir, o que comprometeria radicalmente a absorção do sentimento de si – sentimento que não está dissociado do sentido da vida. Tanto no discurso do melancólico como nas depressões ocasionais, a queixa da perda do sentido da vida é uma constante, assim como da desvalorização de si. O melancólico é, então, um enlutado na vida.


Os estudos que se seguiram tanto a Freud como a Lacan, na sua grande maioria, referem-se tanto à crueldade da figura materna no melancólico quanto à morte do pai, incorporação do pai morto, como ingredientes para esse sofrimento. Com relação ao complexo materno do melancólico, parecem haver freqüentes referencias às dificuldades que este tem com a figura da mãe. A mãe é sempre colocada nessa posição de Outro, nesse momento especular, e dessa mãe virá, por um olhar, pela voz, um sinal que ratifica ao infans a sua conquista. Se essa resposta não chega, e o olhar materno é vazio e transpassa o bebê, se a sua voz não transmite a harmonia que apazigua, há de se supor que algo da ordem de uma busca constante se cristaliza para a criança. A teoria lacaniana diz que, nesse momento, a criança é habitada pela pergunta: o que quer o Outro de mim para me reconhecer e me amar?


Já com relação ao complexo paterno, Urânia Peres afirma que o ser deprimido é uma criança esmagada por um pai onipotente, e que a interiorização da morte do pai morto é uma dimensão primordial da subjetividade depressiva, assim como da criatividade.


Apesar da explosão da depressão na atualidade, esta parece ser tão antiga quanto a humanidade, ou melhor, a tristeza é companheira do homem desde a sua origem. Urânia Tourinho Peres chega a afirmar que a depressão faz parte da própria estrutura humana. Todavia era o termo melancolia que imperava, termo surgido da teoria de Hipócrates sobre os quatro humores. A melancolia é a bílis negra, cuja alteração qualitativa ou quantitativa produz o quadro melancólico, caracterizado pelo medo e pela tristeza. Independentemente dos conceitos, a melancolia parece perseguir os grandes gênios da história. Parecia até ser condição de genialidade, do pensamento, da filosofia e da literatura. Parece que ‘’depressão e criação ficam indissociáveis: o homem triste é também o homem profundo, a alegria é superficial’’, afirma Peres. O cristianismo, desde as suas origens, mantém um culto à melancolia. Se por um lado ela é vista como pecado, por outro, pela via do misticismo, é considerada um caminho que conduz a Deus, sob a forma de acedia. Todavia, parece que o cristianismo, como reflexo da sociedade atual, está engajado na luta de criar a droga da felicidade. O êxtase espiritual toma esta forma. A tristeza é proibida dentro e fora da igreja, deve-se fazer de tudo para ser feliz.


Mas só podemos desfrutar a felicidade como um fenômeno episódico, pois somos limitados em nossa capacidade de senti-la. Entretanto, a infelicidade pode ser experimentada com muita facilidade, pois padecemos permanentemente de três grandes ameaças de sofrimento, de acordo com Peres: nosso próprio corpo, que nos envia sinais de alarme através da dor e da angústia devido a seu inevitável processo de envelhecimento; o mundo externo, que pode nos lançar ataques intensos e destruidores; e, finalmente, o desgosto decorrente de vínculos com outros seres humanos, que de todos os males é o mais ingrato. Assim, a busca pela felicidade acaba por se transformar, apenas, em um esforço para evitar a infelicidade: buscar o isolamento para evitar os conflitos com os semelhantes, tentar proteger-se das intempéries da natureza, procurando agir sobre a própria natureza e, por último, agir sobre o próprio organismo, quando ele mesmo faz parte dessa natureza. É justamente o que Freud trabalha em ‘’Mal estar na civilização’’.


O homem não vive sem o seu sofrimento. A tristeza, a depressão, a angústia, a falta, o desejo são constituintes da humanidade. Não há droga, ritual, conjuro ou qualquer outra coisa que tire essa essência. Pelo contrário, a droga parece criar a depressão nos dias de hoje. Por isso questiono o número de diagnósticos de depressão na atualidade. Até que ponto as indústrias farmacêuticas financiam a depressão? E até que ponto a depressão financia a indústria farmacêutica?
Será que as pessoas têm o direito de aproveitar a sua essência hoje em dia? Pode-se sentir tristeza, angústia, desamparo? Posso eu andar por estas vias sem cair nas vias da depressão ou da melancolia? O ser humano engajado e integrado não teme viver toda a sua potencialidade. E a receita de Freud para o sofrimento é: amem e trabalhem.

Myself

Myself
Deixe-me invadir a tua alma, e aos poucos como sombras me misturar em tua essência, elevar-te ao prazer e consumir os teus desejos com o fogo ardente da eternidade.